A imitação de vozes por parte de Inteligência Artificial é algo bastante comum nos últimos anos, sendo regularmente utilizada nas mais variadas vertentes: gaming, filmes, podcasts ou canais de YouTube.

Uma nova característica da Alexa, o popular dispositivo tecnológico da Amazon, mostra que, no âmbito da imitação de vozes, estamos a atingir um novo nível. A novidade foi apresentada na conferência anual MARS através de um vídeo. Uma criança pedia à Alexa que lhe lesse uma história para adormecer e a resposta da IA foi surpreendente: começou a ler o conto com a voz da falecida avó.

A Amazon não deu a indicação de quando esta nova função estaria disponível ao público, mas revelou um detalhe importante do seu funcionamento: será possível que a IA simule a voz de qualquer pessoa com apenas 1 minuto de áudio gravado.

A possibilidade de “dar vida” através da voz e fazer as memórias perdurarem no tempo levanta várias questões éticas e morais. À semelhança de um qualquer episódio da série “Black Mirror”, é algo que abre o debate sobre qual o limite da tecnologia. Qual a linha que não devemos ultrapassar? Existe essa linha? Quem a deve traçar?

O conceito de utilizar a Inteligência Artificial para reviver os mortos não é novo e já foi explorado anteriormente. Em 2018, Eugenia Kuyda construiu um chatbot a partir de mensagens de texto do seu falecido amigo. “Não esperava que tivesse tanto impacto. Para mim, demonstrar as emoções e pensar sobre luto é bastante difícil, por isso tento evitar. Falar com o avatar do Roman foi como enfrentar esses demónios.”, declarou na altura.

As reações a esta novidade da Amazon já se fazem sentir nas redes sociais, com muitas opiniões a afirmarem que é assustador e monstruoso, criticando os executivos e cientistas das empresas tecnológicas por levarem tão longe as suas ambições.

E tu? Qual a tua opinião? Gostarias que a Alexa te respondesse com a voz da tua avó e da qual tens muitas saudades? Ou achas que é um desrespeito à sua memória e algo difícil de suportar psicologicamente?